NEUROFIBROMAS
Como os schwannomas, originam-se em células de Schwann. São tumores de nervos periféricos e autonômicos, habitualmente múltiplos, e fazem parte do quadro da neurofibromatose do tipo 1 (abaixo). Neurofibromas solitários são raros.
Macroscopicamente, os neurofibromas (ao contrário dos schwannomas) tendem a ser mal delimitados e não encapsulados. O exemplo extremo é o neurofibroma plexiforme que, em vez de formar nódulo ou massa, espessa difusamente um segmento de nervo e suas ramificações (daí o termo plexiforme). Os neurofibromas de pele são nódulos moles, pedunculados ou sésseis, geralmente múltiplos, com diâmetro de 0,5 a vários cm., cobertos por epiderme.
Microscopicamente, os neurofibromas são constituídos por todos os elementos do nervo: células de Schwann (que predominam), fibroblastos e axônios. As células são caracteristicamente onduladas, e dispostas de forma frouxa e mais ou menos paralela em estroma mixóide com fibras colágenas. A textura espaçada das células diferencia os neurofibromas dos schwannomas, onde feixes compactos são a regra. Nos neurofibromas, os axônios do nervo que originou o tumor estão presentes entre as células neoplásicas (ao contrário dos schwannomas). A malignização de neurofibromas é rara.
NEUROFIBROMATOSES, tipos 1 e 2.
São doenças autossômicas dominantes comuns, com certa superposição dos sinais e sintomas, mas geneticamente distintas. A tipo 1 era antigamente chamada de neurofibromatose de von Recklinghausen e a tipo 2 de neurofibromatose acústica.
A neurofibromatose do tipo 1 é comum (cerca de 1 em cada 3000 indivíduos). Em metade dos casos há história compatível com herança autossômica dominante. A outra metade parece decorrer de mutação nova, uma das mais freqüentes na espécie humana. O gene foi localizado no braço maior do cromossomo 17 e codifica uma proteína chamada neurofibromina. Esta regula a atividade de uma proteína do grupo ras, que controla crescimento celular. Há desde formas frustas a graves.
As feições clínicas principais da neurofibromatose do tipo 1 são:
A neurofibromatose do tipo 1 também se acompanha de várias anomalias ósseas e maior tendência a tumores como meningiomas, astrocitomas pilocíticos de nervo óptico, feocromocitomas, tumor de Wilms, rabdomiossarcoma e leucemia mielóide crônica.
A neurofibromatose do tipo 2 é associada a outro gene, situado no cromossomo 22, que também codifica uma proteína (merlina) reguladora do crescimento celular. A incidência é bem menor que a do tipo 1 (1 em 40.000 ou 50.000 indivíduos).
Clínica. Pacientes com neurofibromatose do tipo 2 desenvolvem uma série de tumores, principalmente:
Pode haver manchas café-com-leite, mas não nódulos de Lisch.