SOROCABA / SP - quinta-feira, 22 de maio de 2025

DOR DE CABEÇA MIGRANEA

INTRODUÇÃO

 

 
A migrânea é uma das doenças mais prevalentes na humanidade, ocorrendo em aproximadamente 15% a 17% das mulheres e 6% dos homens adultos do mundo ocidental, de acordo com os estudos populacionais.

 

 

Ao contrário do que se costuma imaginar, o impacto dessa afecção no indivíduo e na sociedade é grande.

 

Cerca de 35,5% dos sofredores de migrânea apresentam, regularmente, crises fortes que os obrigam a procurar o leito e a interromper suas atividades.

 

Somadas as faltas ao trabalho e a redução da produtividade, cada indivíduo com migrânea perde o equivalente a 10 dias de trabalho por ano, gerando prejuízos de até 17 bilhões de dólares anualmente, nos EUA.

 

O comprometimento da qualidade de vida na migrânea tem sido estudado e os dados comparativos com outras doenças crônicas revelam que ela ocasiona maior comprometimento da capacidade para as atividades da vida diária e do estado mental do que a orteoartrite e o diabetes.

 

 A terapêutica farmacológica da migrânea divide-se em tratamento agudo das crises e tratamento profilático.

 

Ambos são eficazes e proporcionam melhora da qualidade de vida dos pacientes porém, na prática, muitos que necessitariam do tratamento preventivo permanecem sem essa abordagem.

 

Na presente revisão objetivamos esclarecer as dúvidas mais freqüentes sobre o tema.


Por que fazer o tratamento preventivo?


O tratamento preventivo reduz a freqüência e a intensidade das crises, os dois fatores mais relacionados com a redução da qualidade de vida e da produtividade na migrânea

Além disso, melhora a resposta às drogas para o tratamento das crises e ajuda a evitar a evolução para cefaléia crônica diária por abuso de medicação.


O que se pode esperar do tratamento preventivo?


Deve-se ter em mente que o tratamento profilático não visa à abolição completa das crises de migrânea, mas à redução da sua freqüência e da intensidade, até um ponto que não comprometa a qualidade de vida do paciente.



Quando o tratamento preventivo está indicado?


A maioria dos especialistas estabelece principalmente os seguintes critérios para iniciar o tratamento preventivo.

 

 


1. Mais de duas ou três crises ao mês, regularmente.

2. Crises muito incapacitantes (mesmo que a freqüência seja menor do que a estabelecida no item 1).

3. Ineficácia, uso excessivo, contra-indicação ou intolerância aos medicamentos utilizados para o tratamento agudo das crises.



4. Circunstâncias especiais, como migrânea hemiplégica ou crises com risco de dano neurológico duradouro ou permanente (auras prolongadas ou infarto migranoso).



5. Incapacidade psicológica de conviver com as crises.

Que cuidados devem ser tomados ao iniciar o tratamento profilático?


Algumas recomendações gerais, quando seguidas, favorecem a aderência do paciente e aumentam a eficácia do tratamento:


1. Havendo uso abusivo de medicações sintomáticas para as crises, a migrânea original pode estar dando lugar à cefaléia por abuso de medicamentos.

Nesses casos, é necessário descontinuar o uso dos medicamentos sintomáticos, ou o tratamento preventivo não trará resultado.

2. Optar pela medicação com a melhor relação entre a eficácia e a tolerabilidade.

3. Levar em consideração outros problemas de saúde do paciente, o que pode contra-indicar ou, pelo contrário, favorecer a indicação de uma determinada droga.

4. Especial cuidado deve-se ter com os pacientes idosos, tendo em vista o maior risco de contra-indicações, interações e intolerância aos medicamentos.

5. Iniciar as medicações com dose baixa e aumentar progressivamente, de acordo com a tolerância e a eficácia.

6. Estar familiarizado com os possíveis efeitos adversos das drogas utilizadas.

 

O paciente migranoso, em geral, revela-se mais sensível aos efeitos adversos das drogas.

7. Certificar-se de que as pacientes em idade fértil e não esterilizadas estejam utilizando método contraceptivo eficaz.

Quais as drogas e os esquemas terapêuticos eficazes para o tratamento profilático da migrânea?


Várias são as medicações eficazes para o tratamento profilático da migrânea e a lista continua aumentando.

A seguir, revisaremos as principais.

1. Beta-bloqueadores

 


Os beta-bloqueadores são drogas amplamente utilizadas na profilaxia da migrânea.

 

Os fármacos dessa classe com eficácia no tratamento profilático da migrânea confirmada por estudos controlados com placebo (Classe I) são:

 

propranolol, atenolol  nadolol, metoprolol e timolol.

 

Os beta-bloqueadores com atividade simpática intrínseca (pindolol, alprenolol, oxprenolol e acebutolol) não se demonstraram eficazes.

 

O mecanismo de ação dos beta-bloqueadores na profilaxia da migrânea não está perfeitamente elucidado.

 

A dose diária habitual e o número de administrações ao dia para cada beta-bloqueador na profilaxia da migrânea podem ser vistos na tabela 1.(25,44)



Os efeitos adversos mais freqüentes dos beta-bloqueadores são: fadiga, extremidades frias, hipotensão arterial, bradicardia, broncoespasmo, sonhos vívidos, insônia, depressão, disfunção erétil.


A penetração dos beta-bloqueadores pela barreira hematoencefálica é proporcional à sua lipossolubilidade.

 

O propranolol e o metoprolol são os mais lipossolúveis.

 

O atenolol é muito menos lipossolúvel, o que reduz os efeitos adversos dessa droga sobre o sistema nervoso.

 

O propranolol, o metoprolol e o timolol possuem meia-vida curta (3h a 6h, 3h a 4h e 4h a 5h, respectivamente) e a dose diária deve ser dividida em pelo menos duas tomadas ao dia (exceto para as formulações de ação prolongada).

 

O atenolol e, principalmente, o nadolol, possuem meia-vida maior (6h a 9h e 14h a 24h, respectivamente), podendo ser administrados em dose única diária.

 

O timolol não é comercializado no Brasil para administração oral.



2. Antidepressivos tricíclicos


Os antidepressivos tricíclicos mais freqüentemente utilizados na profilaxia da migrânea são a amitriptilina e a nortriptilina. A eficácia da amitriptilina foi estabelecida através de estudos duplos-cegos controlados com placebo, Classe I.

 

A nortriptilina, embora, na prática, se revele eficaz, carece de estudos controlados que confirmem essa impressão. O efeito dos tricíclicos na migrânea independe de sua ação antidepressiva.

Os efeitos adversos mais freqüentes dos tricíclicos são: sonolência, ganho de peso, xerostomia, constipação intestinal, retenção urinária, taquicardia, hipotensão postural, borramento visual e delirium.

 

Essas reações são mais freqüentes e intensas com a amitriptilina do que com a nortriptilina.

 

A nortriptilina é menos sedativa, podendo mesmo ocasionar insônia. Se isto ocorrer, deve-se mudar o horário da administração para a manhã ou até o almoço.

As contra-indicações ao uso dos tricíclicos incluem: glaucoma, hiperplasia prostática, arritmias cardíacas, bloqueios de condução atrioventricular, hipertireoidismo e mania. Deve-se ter cuidado ao prescrever tricíclicos para pacientes obesos.

 

Uma boa indicação para os tricíclicos é a associação com sintomas depressivos.

 

Em pacientes com concomitância de cefaléia do tipo tensional (principalmente a forma crônica), são os medicamentos de escolha.






3. Drogas anti-serotoninérgicas


Este grupo inclui a metisergida e o pizotifeno. A eficácia desses fármacos parece não estar relacionada ao seu efeito anti-serotoninérgico.

A metisergida foi o primeiro fármaco utilizado na profilaxia da migrânea. Sua eficácia foi demonstrada em estudos controlados com placebo, Classe I.


Os efeitos adversos mais freqüentes da metisergida são: tontura, náusea, vômitos, ganho de peso, dor abdominal, diarréia, insuficiência arterial periférica e edema periférico.

 

Nos primeiros anos de uso clínico da metisergida, verificou-se que o seu uso prolongado poderia induzir a fibrose retroperitoneal, pleural e de válvulas cardíacas, numa proporção de 1:2.500 a 1:5.000 dos pacientes.

 

Na maioria dos casos, a suspensão da droga reverte a condição.

 

O estabelecimento de intervalos livres da droga de quatro semanas a cada seis meses evita as fibroses. Mesmo assim, a preocupação entre os médicos restringe o seu uso.

 

A metisergida pode ser um bom medicamento para pacientes com cefaléias refratárias a outros fármacos. As contra-indicações ao uso da metisergida são: doenças cardíacas, hipertensão grave, história de tromboflebite, úlcera péptica, gravidez, doenças pulmonares, colagenoses e doença renal ou hepática.(25,27,33,54)

A eficácia do pizotifeno na profilaxia da migrânea foi demonstrada em estudos controlados (Classe I).

 

O efeito adverso que limita o seu uso é o aumento de apetite e o ganho de peso. Outros efeitos incluem: sonolência, xerostomia, náusea, vertigens e constipação intestinal.

 

A obesidade é uma contra-indicação ao uso do pizotifeno.



4. Bloqueadores de canais de cálcio


Este é um grupo heterogêneo de drogas, dentre as quais somente a flunarizina dispõe de evidências de sua eficácia na profilaxia da migrânea (Classe I).(57,58,59)

 

Os efeitos adversos mais freqüentes da flunarizina são: sedação, ganho de peso, depressão e parkinsonismo.

 

A flunarizina está contra-indicada em pacientes deprimidos, obesos e parkinsonianos.

 

Devido ao maior risco de desenvolvimento de parkinsonismo em idosos, deve ser evitada nessa faixa etária.

O verapamil, outro bloqueador de canais de cálcio, foi estudado através de três ensaios duplos-cegos;(61-63) porém, problemas metodológicos nesses estudos tornam seu nível de evidência baixo.

 

O verapamil, portanto, pode ser utilizado como uma tentativa em pacientes que não respondem a drogas cuja eficácia se encontre bem estabelecida.

 



5. Drogas antiepilépticas


As drogas antiepilépticas passaram a fazer parte do arsenal terapêutico contra a migrânea mais recentemente.


A eficácia da gabapentina na profilaxia da migrânea foi demonstrada através de estudos duplos-cegos controlados com placebo (Classe I).

 

Nesses estudos, a gabapentina se revelou um fármaco bem tolerado. No entanto, a eficácia dessa droga para a migrânea se dá com doses diárias elevadas (de 1.200 mg até 2.400 mg), e o custo limita a adesão. Os efeitos adversos mais freqüentemente relatados nesses trabalhos foram: astenia, tontura, sonolência, infecção, tremor, fadiga e ataxia.

O ácido valpróico e o divalproato de sódio são drogas quimicamente relacionadas. O divalproato é um composto estável de ácido valpróico e valproato na proporção de 1:1. A eficácia desses fármacos tem sido amplamente confirmada em estudos controlados com metodologia adequada (Classe I)

 

 

Os efeitos adversos mais freqüentes são:

 

intolerância gástrica (menor com o divalproato), tremor, queda de cabelo, ganho de peso, plaquetopenia e sonolência.

 

O ácido valpróico está relacionado a raros casos de hepatite grave, em sua maioria em crianças menores do que 2 anos em uso de múltiplas drogas



O topiramato é o mais novo membro do grupo de medicações reconhecidamente eficazes para a profilaxia da migrânea, com diversos estudos controlados atestando sua eficácia.

 

Costuma ser bem tolerado.

 

Seus efeitos adversos mais freqüentes são: parestesias, fadiga, náusea, alteração do paladar, alteração da memória, depressão, irritabilidade, ansiedade, cálculos renais e perda de peso.

 

Sua vantagem mais evidente, além da eficácia, é o fato de não ocasionar ganho de peso e muitas vezes favorecer a perda de peso.

 

Deve-se ter cuidado em pacientes com história de cálculos renais.


Quando interromper o tratamento preventivo?


Esse é um tema controverso.

A maioria dos pacientes necessita usar a medicação por vários meses ou anos de outra forma, as crises retornam com a suspensão da medicação.

 

Os autores acreditam que um esquema terapêutico eficaz (que reduz pelo menos 75% das crises) deva ser mantido por, pelo menos, um ano.

 

Após esse tempo, o fármaco deve ser gradativamente reduzido, até a suspensão, retornando-se a seu uso em caso de recidiva.

 

Qualquer droga deve ser utilizada por, pelo menos, dois meses, antes de considerá-la ineficaz.

Profilaxia da migrânea na infância


Em geral, as crises de migrânea na infância são mais curtas e causam menos comprometimento da qualidade de vida.

 Existe, também, a possibilidade da remissão espontânea das crises em até um terço das crianças. Dessa maneira, a profilaxia é menos realizada entre as crianças, o que não significa que não deva ser instituída naqueles pacientes com maior comprometimento. Os estudos com fármacos para a profilaxia da migrânea na infância são escassos.


 

Profilaxia da migrânea na gestação e lactação
A maioria das mulheres apresenta redução das crises na gravidez.

 

Uma parcela menor pode continuar a apresentar crises freqüentes. Tanto quanto possível, as medicações preventivas devem ser evitadas durante a gestação, dando-se preferência às medidas não-farmacológicas.

 

Duas são as escalas mais utilizadas para orientar a administração de fármacos durante a gravidez: a Escala do FDA e a Escala TERIS  ).

 

Nenhuma droga utilizada na profilaxia da migrânea é classificada na categoria

A da Escala do FDA ou na categoria N da Escala TERIS.

 

Assim, deve-se avaliar criteriosamente o risco-benefício.

 

A profilaxia durante a gestação está indicada em pacientes com três ou mais crises incapacitantes e/ou com resposta ruim aos medicamentos para o tratamento das crises.

 

Havendo absoluta necessidade do tratamento profilático, a preferência recai sobre os beta-bloqueadores, embora não sejam isentos de riscos.

 

O ácido valpróico, o divalproato e a metisergida são contra-indicados na gravidez.

 

A paciente e o cônjuge devem ser informados dos riscos e participar da decisão.(

 

Assim como na gravidez, durante a lactação as medicações preventivas devem ser evitadas.

 

Dentre as medicações eficazes para a profilaxia da migrânea, os beta-bloqueadores, o pizotifeno e os tricíclicos (amitriptilina e nortriptilina) são compatíveis; a segurança da gabapentina é incerta nesse período e o ácido valpróico e a metisergida são contra-indicados.


REFERÊNCIAS

1. Headache Classification Committee of the International Headache Society. Classification and diagnostic criteria for headache disorders, cranial neuralgias, and facial pain. Cephalalgia 1988;8(Suppl7):1-96.
2. Rasmussen BK, Jensen R, Schroll M, Olesen J. Epidemiology of headache in a general population – a prevalence study.
J Clin Epidemiol 1991;44(11):1147-57.
3. Henry P, Michel P, Brochet B et al.
A nationwide survey of migraine in France: prevalence and clinical features in adults. Cephalalgia 1992;12(4):229-237.
4. Stewart WF, Lipton RB, Celentano DD, Reed ML. Prevalence of migraine headache in the United States. JAMA 1992;267(1):64-69.
5. Stewart WF, Lipton RB. Migraine headache: epidemiology and health care utilization. Cephalalgia 1993;13(suppl12):41-46.
6. Edmeads J, Findlay H, Tugwell P et al. Impact of migraine and tension-type headache on life-style, consulting behaviour, and medication use: a Canadian population survey. Can J Neurol Sci 1993;20(2):131-137.
7. Silberstein SD, Lipton RB. Epidemiology of migraine. Neuroepidemiology 1993;12(3):179-194.
8. Göbel H, Petersen-Braun M, Soyka D. The epidemiology of headache in Germany: a nationwide survey of a representative sample on the basis of the headache classification of the International Headache Society. Cephalalgia 1994;14(2):97-106.
9. Stewart WF, Shechter A, Rasmussen BK. Migraine prevalence. Neurology 1994;44(6suppl 4):S17-23.
10. Queiroz LP. Um estudo epidemiológico de cefaléia no Distrito Sede do Município de Florianópolis, SC. 74 pág. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 2001.
11. Bigal ME, Lipton RB, Stewart WF.
The epidemiology and impact of migraine. Curr Neurol Neurosci Rep 2004;4(2):98-104.
12. Stewart WF, Lipton RB. The economic and social impact of migraine. Eur Neurol 1994;34(Suppl 2):12-17.
13. Lipton RB, Stewart WF, Von Korff M. The burden of migraine. A review of cost to society. Pharmacoeconomics 1994;6(3):215-221.
14. Solomon GD, Price KL. Burden of migraine. A review of its socioeconomic impact. Pharmacoeconomics 1997;11(Suppl 1):1-10.
15. Hu XH, Markson Le, Lipton RB, Stewart WF, Berger ML.
Burden of migraine in the United States: disability and economic costs. Arch Intern Med 1999;159(8):813-818.
16. Ferrari MD. The economic burden of migraine to society.
Pharmacoeconomics 1998;13(6):667-676.
17. Vincent M, Rodrigues Ade J, De Oliveira GV et al. Prevalência e custos indiretos das cefaléias em uma empresa brasileira.
Arq Neuropsiquiatr 1998;56(4):734-43.
18. Osterhaus JT, Townsend RJ, Gandek B, Ware JE.
Measuring the functional status and well-being of patients with migraine headache. Headache 1994;34:337-343.
19. Solomon GD, Skobieranda FG, Genzen JR. Quality of life assessment among migraine patients treated with sumatriptan. Headache 1995; 35(8):449-54.
20. Jhingran P, Cady RK, Rubino J et al. Improvements in health-related quality of life with sumatriptan treatment for migraine. J Fam Pract 1996; 42(1):36-42.
21. Solomon GD, Litaker DG. The impact of drug therapy on quality of life in headache and migraine.
Pharmacoeconomics 1997;11(4):334-42.
22. Silberstein SD. Migraine. Lancet 2004;363(9406):381-391.
23. Pascual J, Sanchez Del Rio M, Mateos V et al. Estudio español de calidad de vida en la migraña (II).
Patrón de consumo de fármacos y eficacia subjetiva. Neurología 1999;14(5):204-209.
24. Comitê Ad Hoc da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Recomendações para o tratamento da crise migranosa: consenso da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Arq Neuropsiquiatr 2000;58(2-A):371-389.
25. Comitê Ad Hoc da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Recomendações para o tratamento profilático da migrânea: consenso da Sociedade Brasileira de Cefaléia. Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):159-169.
26. Farias da Silva W. Diagnóstico das cefaléias. São Paulo. Lemos Editorial; 2003.
27. Silberstein SD, Saper JR, Freitag FG. Migraine: diagnosis and treatment. In: Silberstein SD, Lipton RB, Dalessio DJ.
Wolff’s headache and other head pain. 7th ed. Oxford. Oxford University Press; 121-237.
28. Lance JW, Goadsby PJ. Mechanism and management of headache. 6th ed.
Oxford. Butterworth Heinemann; 1998.
29. Krymchantovski A, Bordini CA, Bigal ME. As cefaléias na prática médica: abordagem para o clínico e para o não-especialista. São Paulo. Lemos Editorial; 2004.
30. Bordini CA. Migrânea: tratamento profilático. In: Speciali JG, Farias da Silva W (Ed). Cefaléias. São Paulo. Lemos Editorial 2002;96-108.
31. Tfelt-Hansen P, Welch KMA.
Prioritizing prophylactic treatment of migraine. In: Olesen J, Tfelt-Hansen P, Welch KMA. The headaches. 2nd ed. Philadelphia. Lippincott Williams &Wilkins 2000;499-505.
32. Pryse-Phillips WEM, Dodick DW, Edmeads JG et al. Guidelines for the diagnosis and treatment of migraine in clinical practice. Can Med Assoc J 1997;156:1273-1287.
33. Silberstein SD, Lipton RB & Goadsby PJ (Ed). Headache in clinical practice. Oxford. Isis Medical Media; 1998.
34. Al-Quassab HK, Findley LJ. Comparison of propranolol LA 80 mg and propranolol LA 160 mg in migraine prophylaxis: a placebo controlled study. Cephalalgia 1993;13:128-131.
35. Pradalier A, Serratrice G, Collard M, et al. Long-acting propranolol in migraine prophylaxis: results of a double-blind placebo controlled study. Cephalalgia 1989;9:247-253.
36. Nadelman JW, Phil M, Stevens J, Saper JR. Propranolol in the prophylaxis of migraine. Headache 1986;26:175-182.
37. Diamond S, Medina JL. Double blind study of propranolol for migraine prophylaxis. Headache 1975;15:129-132.
38. Borgesen SE, Lang Nielsen J, Moller CE. Prophylactic treatment of migraine with propranolol. Acta Neurol Scand 1974;50:651-656.
39. Forssman B, Linblad CJ, Zbornikova V. Atenolol for migraine prophylaxis. Headache 1983;23:188-190.
40. Johanson V, Nilsson LR, Widelius T et al. Atenolol in migraine prophylaxis: a double-blind cross-over multicenter study. Headache 1987;27:372-374.
41. Ryan Sr RE, Ryan RE Jr, Sudilovsky A. Nadolol: its use in the prophylactic treatment of migraine. Headache 1983;23:26-31.
42. Steiner Tj, Joseph R, Hedman C, Rode FC. Metoprolol in the prophylaxis of migraine: parallel-groups comparison with placebo and dose ranging follow-up. Headache 1988;28:15-23.
43. Stellar S, Ahrens SP, Meibohm AR, Reines SA. Migraine prevention with timolol. JAMA 1984;252:2576-2579.
44. Tfelt-Hansen P, Shanks RG. ß-adrenoceptor blocking drugs in migraine prophylaxis. In: Olesen J, Tfelt-Hansen P, Welch KMA. The headaches. 2nd ed. Philadelphia.
Lippincott Williams &Wilkins 2000;457-465.
45. Tavares A, Plavnik FL. Inibidores do sistema simpático.
HiperAtivo 1998;2:91-96.
46. Gomersall JD, Stuart A. Amitriptyline in migraine prophylaxis. Changes in pattern of attacks during a controlled clinical trial. J Neurol Neurosurg Psychiatry 1973;36(4):684-90.
47. Couch JR, Ziegler DK, Hassanein R. Amitriptyline in the prophylaxis of migraine. Effectiveness and relationship of antimigraine and antidepressant effects. Neurology 1976;26(2):121-7.
48. Couch JR, Hassanein RS. Amitriptyline in migraine prophylaxis. Arch Neurol 1979;36(11):695-9.
49. Ziegler DK, Hurwitz A, Hassanein RS et al. A comparison of propranolol and amitriptyline. Arch Neurol 1987;44(5):486-9.
50. Lance JW, Fine RD, Curran DA. An evaluation of methysergide in the prevention of migraine and other vascular headaches. Med J Aust 1963;1:814-818.
51. Pedersen E, Moller CE. Methysergide in migraine prophylaxis. Pharmacol Ther 1966;7:520-526.
52. Ryan RE. Double-blind crossover comparison of BC105, methysergide and placebo in the prophylaxis of migraine headache. Headache 1968;8:118-126.
53. Shekelle RB, Ostfeld AM. Methysergide in the migraine syndrome. Clin Pharmacol Ther 1964;5:201-204.
54. Tfelt-Hansen P, Saxena PR. Antiserotonin drugs in migraine prophylaxis. In: Olesen J, Tfelt-Hansen P, Welch KMA.
The headaches. 2nd ed. Philadelphia. Lippincott Williams &Wilkins 2000;467-476.
55. Lawrence ER, Hossain M, littlestone W. Sandomigran for migraine prophylaxis: controlled multicenter trial in general practice. Headache 1977;17:112.
56. Ryan RE. BC-105 a new preparation for the interval treatment of migraine – a double-blind evaluation compared with placebo. Headache 1971;11:6-18.
57. Louis PA. A double-blind placebo-controlled prophylactic study of flunarizine in migraine. Headache 1981;21:235-239.
58. Mendenopoulos G, Manafi T, Bostantjopoulos. Flunarizine in the prevention of classical migraine: a placebo-controlled evaluation. Cephalalgia 1985;5:31-37.
59. Sorensen OS, Hansen H, Olesen J. A placebo-controlled, double-blind, cross-over trial of flunarizina in common migraine. Cephalalgia 1986;6:7-14.
60. Toda N, Tfelt-Hansen P. Calcium antagonists in migraine prophylaxis. In: Olesen J, Tfelt-Hansen P, Welch KMA. The headaches. 2nd ed. Philadelphia. Lippincott Williams &Wilkins 2000;477-482.
61. Markley H, Cheronis J, Piepho R. Verapamil prophylactic therapy of migraine. Neurology 1984;34:973-976.
62. Solomon GD, Scott AFB. Verapamil and propranolol in migraine prophylaxis: a double-blind crossover study. Headache 1986;26:325.
63. Solomon GD, Steel JG, Spaccavento LJ. Verapamil prophylaxis of migraine: a double-blind, placebo- controlled trial. JAMA 1983;250:2500-2502.
64. Mathew NT, Rapoport A, Saper J, et al. Efficacy of gabapentin in migraine prophylaxis. Headache 2001;41(2):119-128.
65. Jimenez-Herandez MD, Torrecillas Narvaez MD, Friera Acebal G. Effectiveness and safety of gabapentin in the preventive treatment of migraine. Rev Neurol 2002;35(7):603-606.
66. Di Trapani G, Mei D, Marra C et al. Gabapentin in the prophylaxis of migraine: a double-blind randomized placebo-controlled study.
Clin Ter 2000;151(3):145-148.
67. Mathew NY, Saper JR, Silberstein SD, et al.
Migraine prophylaxis with divalproex. Arch Neurol 1995;52(3):281-6.
68. Klapper J. Divalproex sodium in migraine prophylaxis: a dose-controlled study. Cephalalgia 1997;17(2):103-108.
69. Kaniecki RG. A comparison of divalproex with propranolol and placebo for the prophylaxis of migraine without aura. Arch Neurol 1997;54(9):1141-1145.
70. Freitag FG, Collins SD, Carlson HA, et al. A randomized trial of divalproex sodium extended-release tablets in migraine prophylaxis. Neurology 2002;58(11):1652-1659.
71. Silberstein SD, Wilmore LJ. Divalproex sodium: migraine treatment and monitoring. Headache 1996;36(4):239-42.
72. Storey JR, Calder CS, Hart DE, Potter DL. Topiramate in migraine prevention: a double-blind, placebo-controlled study. Headache 2001;41(10):968-75.
73. Silvestrini M, Bartolini M, Coccia M et al. Topiramate in the treatment of chronic migraine. Cephalalgia 2003;23(8):820-4.
74. Mei D, Capuano A, Vollono C. et al. (2004). Topiramate in migraine prophylaxis: a randomised double-blind versus placebo study. Neurol Sci 2004;25(5):245-50.
75. Silberstein SD. Topiramate in migraine prevention: evidence-based medicine from clinical trials. Neurol Sci 2004;25(Suppl 3):S244-5.
76. Silberstein SD, Neto W, Schmitt J, Jacobs D. Topiramate in migraine prevention: results of a large controlled trial.
Arch Neurol 2004;61(4): 490-5.
77. Diener HC, Tfelt-Hansen P, Dahlof C et al.
(2004). Topiramate in migraine prophylaxis-results from a placebo-controlled trial with propranolol as an active control. J Neurol 2004;251(8):943-50.
78. Brandes JL, Saper JR, Diamond M et al. Topiramate for migraine prevention: a randomized controlled trial. JAMA 2004;291(8):965-973.
79. Caruso JM, Brown WD, Exil G, Gascon GG. The efficacy of divalproex sodium in the prophylactic treatment of children with migraine. Headache 2000;40(8):672-676.
80. Pakalnis A, Greenberg G, Drake ME Jr, Paolichi J. Pediatric migraine prophylaxis withdivalproex. J Child Neurol 2001;16(10): 731-734.
81. Hershey AD; Powers SW; Vockell AL et al. Effectiveness of topiramate in the prevention of childhood headaches. Headache 2002;42(8):810-8
.