INVAGINAÇAO BASILAR
Invaginaçao basilar, no passado, nao era tao bem estudada, como agora, nos tempos da ressonância magnética.
Muitos casos eram, até mesmo, conduzidos como se o paciente fosse portador de enxaqueca ou síndrome vestibular.
A importância de seu estudo reside em objetivar a preservaçao das estruturas da fossa posterior, uma vez que o processo odontóide, nestes casos, ultrapassa a linha de Chamberlain e a linha digástrica.
Apresentamos o caso de uma paciente do sexo feminino que cursou, desde há 12 anos, com cefaléia, tonturas e reduçao de memória, quando foi diagnosticado, pela tomografia computadorizada, hidrocefalia ativa.
A paciente foi, na época, submetida à derivaçao liquórica com interposiçao de válvula, havendo acentuada melhora clínica, porém, persistindo com tonturas e desenvolvendo sintomas motores.
Com os achados de invaginaçao basilar e malformaçao de Arnold-Chiari tipo I à ressonância magnética, indicou-se o tratamento cirúrgico por via posterior, após o qual a paciente apresentou melhora completa dos sintomas por 9 meses.
A seguir, sua sintomatologia retornou rapidamente, com quedas freqüentes, especialmente com a flexao do pescoço.
Uma nova ressonância evidenciou "sag cerebellum" e uma compressao anterior do tronco cerebral mais evidente. Após um novo estudo, a paciente foi operada por via transoral (abordagem anterior), seguida de fixaçao occipto-vertebral.
A evoluçao foi favorável, estando, a mesma, assintomática há cerca de 12 meses.
Após extensiva revisao da literatura, concluímos que, existindo compressao anterior, a abordagem cirúrgica deve ser anterior (transoral).
Este procedimento é simples e de fácil execuçao, desde que se tenha bom conhecimento anatômico da regíao.
A abordagem posterior, nestes casos, pode piorar consideravelmente o quadro clínico do paciente. (AU)